Olá, galerinha! Eu sou a Érika, amiga do Vinícius, e estou de volta com esta coluna. Espero que tenham uma boa leitura e não se esqueçam de deixar seus comentários <3. Tentarei postar ao menos uma vez por mês alguma crônica, poema ou qualquer coisa assim. Divirtam-se!

A princesa do ano novo

O último segundo. Até os fogos atingirem o céu e se entregarem ao confortável abraço do mar. Alguns pequenos minutos de atraso para saudar um novo ano de esperança, felicidade e amor, que deveria refletir nos olhos de qualquer um a todo instante. Ao menos durante aqueles quinze minutos de fogos de artifício. Artifícios vermelhos. Multicolores. Jogados ao céu por inteiro. Debruçados entre nuvens. Competindo por atenção com a lua amarelada no horizonte.
  
Mas, na verdade, a minha mente, meu coração, minha alma e meus olhos vacilavam e se prendiam à cena por trás da cortina fantasiosa. A ilusão que o fim de ano tem a função de trazer. Quase na porta do mar, alguns instantes antes, uma menina com cabelos cor de paixão se encontrava sozinha. Sem expressões, indecifrável.  Solitária a espera de outro ano. Talvez, mais doze indiferentes meses. O que era uma peça sem encaixe. Todos os olhares naquele lugar tinham outro para quem brilhar. Abraçar.

A solidão não muito demorou. Um grupo de jovens caminhava em sua direção. Eles tinham um destemor que poderia beirar a insensatez. O mais alto, com um casaco na cintura e um boné alaranjado para trás, abraçou a menina. O vermelho dela queimava como se ali fosse sua última chance de renascer.

Todas aquelas emoções ferviam. Enlouqueciam. Contudo, não mais que a princesinha carregada em uma pequena mãozinha parte daquele grupo. A princesa vodca preencheu os copos de cada um. Cada pequena desilusão daquelas crianças sem esperança, que provavelmente tenham percebido o meu olhar. E esse, envergonhado, retornou as suas preces de ano novo.