Olá, galera! Hoje trago uma resenha sobre “O Diário de Anne Frank”, essa edição que li é chamada de “definitiva” e foi lançada aqui no Brasil pela Editora Record.



O Diário de Anne Frank - Anne Frank
Editora: Record
Gênero: Drama; autobiografia; não-ficção
Páginas: 351
Skoob
ISBN: 978-85-01-04445-7
Classificação: 

Sinopse: É comovente descobrir que mesmo no contexto tenebroso do nazismo e guerra, ela viveu problemas e conflitos de uma adolescente de qualquer lugar e tempo. Anne Frank registrou admiravelmente a catástrofe que foi a Segunda Guerra Mundial. Seu diário está entre os documentos mais duradouros produzidos neste século, mas é também uma narrativa tenra e incomparável, que revela a força indestrutível do espírito humano.





“Mas os sentimentos não podem ser ignorados, não importa que pareçam injustos ou ingratos. Gostaria de andar de bicicleta, dançar, assoviar, olhar o mundo, me sentir jovem e saber que sou livre, mas não posso deixar isso transparecer.”

 Confesso que enrolei bastante na leitura e em algumas partes não conseguia avançar muito. Por ser ruim? Não, até porque, ao final, adorei bastante. O diário entrega o que promete. Me surpreendi com a forma que a Anne se expressa bem e é notável sua evolução nesse quesito. Sua maneira de escrever nos transmite facilmente seus sentimentos (principalmente em relação à outras pessoas) e despertam empatia. A jovem Frank por vezes registrou como se sentia, suas expectativas, lembranças, narrou sua rotina, alguns momentos do dia em questão, sua visão sobre as pessoas ao seu redor, notícias sobre a guerra (o que foi ótimo para contextualizar), entre alguns outros detalhes... Particularmente, me chamavam maior atenção quando ela resolvia colocar no papel seus sentimentos. Porém haviam registros de alguns dias, as vezes seguidos, que em nada despertaram minha atenção e, com isso, deixava de prestar atenção no que estava lendo ou simplesmente parava. Mas é normal de acontecer durante uma leitura.



 Anne passou a ideia de ser uma garota bastante simpática, apesar dos momentos de egoísmo e teimosia. Mas o que se destaca é como ela não deixou de ter conflitos como qualquer outra garota na sua idade: acessos de raiva, o sentimento de não ser compreendida, o desejo por viver uma grande paixão, alimenta sonhos e ambições para o futuro, como nota as mudanças em si mesma (tanto corporais quanto comportamentais)... Sim, ela também amadurece, afinal dois anos para alguém na puberdade fazem grande diferença. Cheguei a imaginar como me relacionaria com ela caso tivéssemos sido vizinhos ou colegas de escola. E é fácil imaginar isso, pensar como ela viveria hoje, como poderia ter vivido sem a guerra etc., porque nada soa superficial e sim bastante sincero, como se a própria essência de quem Anne Frank foi estivesse impressa nas palavras.

“Às vezes me pergunto se alguém algum dia entenderá o que estou dizendo, se alguém deixaria de lado a minha ingratidão e não se importaria se sou judia, e apenas me visse como uma adolescente que precisa demais de uma simples diversão.”

 Nem tudo se resume à pequena Frank e ela também nos fala das pessoas que conviveram com ela, claro. Mas, como qualquer outra pessoa, não é sempre que Anne parece justa ao falar dos outros - pode pegar pesado por estar aborrecida, por exemplo. Começando pela Sra. van Daan - com quem Anne não se dá muito bem -, por quem é quase impossível não ficar com uma visão negativa; a mulher sempre tinha algo para implicar e adorava dar pitaco sobre o comportamento da narradora. O filho dela, Peter, por sua vez, em nada parecia com a mãe e, apesar de ficar bastante “apagado” no início, chega um momento que o garoto tem uma grande importância para a Anne. Merece destaque o relacionamento da garota com os seus pais: nota-se um sentimento pela mãe um tanto conturbado, as duas não eram proximas e, vez outra, isso gerava algum conflito; enquanto por seu pai há uma admiração enorme e a visão de que era um bom e respeitável homem (o que me lembrou um pouco a relação de Liesel com seu pai adotivo, em “A Menina que Roubava Livros”). Há também Margot, a filha mais velha da família Frank, com quem Anne mostrou ter uma boa relação, apesar dos momentos de ciúmes (coisa que todo irmão sente em algum momento).



 Por serem pessoas com comportamentos diferentes e estarem “aprisionadas” em um ambiente não tão espaçoso, claro que não faltaram conflitos. Se há entre membros da própria família, não seria diferente entre uma família e outra. Mas, de uma maneira geral, todos acabam se suportando.

“Meu conselho é: ‘Saia, vá para o campo, aproveite o sol e tudo o que a natureza tem para oferecer. Saia e tente recuperar a felicidade que há dentro de você; pense na beleza que há em você e em tudo ao seu redor, e seja feliz.’”

 É complicado avaliar este livro apenas como um livro, mas espero ter mostrado a visão que tive ao ler. Ao terminar, me senti bastante envolvido e fui tomado por uma certa angústia, porque lá no fundo sentia que enquanto eu estivesse lendo era como se Anne Frank ainda pudesse viver e ter esperança - algo que nunca devemos perder.


3 Comentários

  1. Oi, Vinicius!
    Tudo bem?

    O Diário de Anne Frank foi o primeiro livro que li que tratava sobre a Segunda Guerra Mundial. Até hoje tenho um grande carinho por ele e sempre lembro que eu chorava muito ao chegar ao final e descobrir que a Anne não sobreviveu.

    Hoje eu vejo que a história dela acalentou muitos corações ao mostrar uma menina privada de muitas coisas que ainda tinha esperança de sair daquele sótão. Não posso imaginar realmente o que ela e outros milhares passaram nos campos de concentração, mas espero que as histórias de cada um sobrevivam e continuem mostrando a tragédia que foi o holocausto para que assim a humanidade nunca mais repita um erro tão grande e tão triste.

    Bjs
    http://livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br/

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  2. Olá, tudo bem?
    O diário de Anne Frank foi um dos livros mais fofos e tristes que li em minha vida! Li logo após ler A culpa é das Estrelas que citava ele e logo fiquei louca para visitar o sótão! Essa edição é maravilhosa!

    http://meusdespropositos.blogspot.com.br/

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  3. Incrível. Reflexivo. Emocionante. Talvez sejam essas as três palavras que venham a minha mente para descrever a vida e seus sofrimentos descrito por essa escritora que foi Anne. Mesmo ela não podendo me ouvir, parabéns, "ela merece". Na verdade, sinto uma tristeza desanimadora, porque sei que, no fundo, não posso mudar o que aconteceu a ela, nem lhe ofertar os raios de sol que tanto quis. Mesmo assim, é um livro que quero comprar (já o li...), com essa nova capa, e seu sorriso estampado; serei feliz em poder mostra-lo. Garota linda! Não de qualquer forma, mas ao seu jeito; UMA BELEZA NASCIDA DA SUPERAÇÃO DAS AFLIÇÕES.

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