Olá, pessoal! Espero que estejam bem. Minha resenha da vez é sobre Psicose, de Robert Bloch. A história se tornou um clássico do suspense com sua adaptação cinematográfica, dirigida por Alfred Hitchcock.

Psicose - Robert Bloch
Editora: DarkSide
Gênero: Suspense | Horror
Páginas: 240
Skoob
ISBN: 978-856-663-615-4
Classificação: 



Sinopse: Livro que deu origem ao mais famoso filme de suspense de todos os tempos. Psicose conta a história de Marion Crane, que foge após roubar o dinheiro que foi confiado a ela depositar num banco. Ela então vai parar no Bates Motel, cujo proprietário é Norman Bates, um homem atormentado por sua mãe controladora. Belo suspense, de tirar o fôlego!











 Depois de conhecer o livro e ficar decididamente disposto a adaptá-lo para um filme, o diretor Hitchcock comprou anonimamente seus direitos. A fim de que ninguém pudesse saber o final da história, comprou também todos os exemplares, retirando o livro de circulação. Após tantos anos, com o grande sucesso do filme e o fato de estar sendo sempre relembrado e referenciado, é difícil não saber alguns detalhes (inclusive o final) mesmo sem ter assistido, o que pode prejudicar um pouco a experiência de ser surpreendido pela(s) reviravolta(s). Mesmo assim o filme consegue surpreender e vale a pena apreciá-lo. E o livro? Bem, sempre tive muita vontade de ler, para conhecer mais detalhes da história e simplesmente por ser fã do filme, mas não esperava qualquer surpresa. Pois então, me enganei e me vi completamente envolvido, às vezes esquecendo realmente do que iria acontecer.

"Eu acho que todos nós somos um pouco loucos de vez em quando." 

 Marion Crane leva uma vida considerada normal, possui um emprego fixo e um noivo, Sam – que no momento não pode assumi-la como esposa, por causa de suas dificuldades financeiras. Quando seu chefe lhe confia 40 mil dólares para depositar no banco, ela vê uma oportunidade única e, então, parte com o dinheiro ao encontro de seu noivo, em outra cidade. Na estrada, cansada de tanto dirigir e nervosa, acaba encontrando o Motel Bates, onde decide passar a noite. O proprietário do motel é um homem baixinho e barrigudo: Norman Bates; alguém solitário, criado pela mãe - hoje doente. Os dois vivem numa casa nos fundos da propriedade. Ao atender Marion, Norman se mostra um tanto desconfortável e tudo só piora com a reação de sua mãe ao saber da hóspede. Vejamos bem: a senhora Bates é uma mãe superprotetora, todo o contato de Norman com o mundo era através dela, sua única referência na vida. Por ver todas as mulheres como “vadias”, jamais deixou que seu filho se relacionasse com uma. Norman, por sua vez, não poderia confrontá-la; o próprio assume sua impotência e falta de atitude e, ao longo da narrativa, demonstra um amor fora do comum pela mãe.  Esses fatores fazem com que Marion encontre seu destino naquela noite. Vocês devem saber do que se trata, não é?


 Logo a trama nos apresenta a irmã e o noivo de Marion – Lily e Sam, respectivamente. Assim como Arbogast, o detetive responsável por investigar o desaparecimento da jovem e do dinheiro. Todo o desenrolar acontece em uma série de coincidências e pistas encontradas pelos personagens. Porém, o mais interessante, é como a narração nos faz penetrar na mente de Norman e desvendar esse solitário homem. E é nesse ponto que filme e livro se completam (desculpem-me, porém não consigo falar de um sem pensar no outro): a forma como o icônico personagem é explorado e desenvolvido passa uma visão bem mais ampla de quem ele é, toda a influência de sua mãe e a forma como pensa e vê as coisas. E é a partir daí, somos levados a entender e suspeitar a forma em que a história irá terminar. Os diálogos de Norman com a Mãe merecem destaque, porque para mim funcionam como um exemplo de como a narração nos convence e envolve.

"Era como se fosse duas pessoas, na verdade - a criança e o adulto. Quando pensava na Mãe, ele voltava a ser criança, usava vocabulário de criança, referências e reações infantis. Mas quando estava sozinho, não; em verdade, não sozinho, mas afundado em um livro, era um indivíduo maduro."

 Claro, o livro não se resume ao Norman Bates (porém ele pode acabar ofuscando). A mente de Marion e suas motivações também possuem certo foco no início. É incrível como ela tenta se convencer que sua atitude é plausível. Assim como imagina seu crime perfeito – chega a ser ingênuo o modo como ela tenta acreditar que seu plano é brilhante. A maneira como Sam e Lily funcionam bem juntos faz com que a leitura não fique entediante nos momentos com foco neles, pois os personagens se instigam a querer investigar, descobrir o paradeiro de Mary. A investigação de Arbogast também se torna interessante por sua vontade em entender o caso e pela forma como vai solucionando aos poucos – inclusive criando expectativa para saber como Norman irá lidar com o detetive.


 À primeira vista, a trama de Psicose pode aparentar não ser das mais bem elaboradas, cheia de acontecimentos e mortes se compararmos com outras histórias do gênero hoje em dia. A essência da obra é a forma como o enredo é bem construído e cria uma forte atmosfera de suspense. Toda a simplicidade do livro é perdida quando se trata de seu protagonista.

"Você odeia as pessoas. Porque, na verdade, você tem medo delas, não é? Sempre teve medo, desde pequeno. Melhor se enroscar numa cadeira debaixo de um abajur e ler um livro. Você fazia isso há trinta anos e continua fazendo agora: se esconder entre páginas de livros."

 Para amantes de suspense e/ou horror, Psicose é leitura obrigatória. Até mesmo para quem acha a mente humana interessante. A edição da DarkSide é linda e não deixa em nada a desejar; destaco as “manchas de sangue” em algumas páginas e a foto daquela cena clássica no momento em que é narrada – o que deu um toque único. Como filme e livro se completam muito bem, aconselho assistir antes de ler, pois faz com que preste atenção em certos detalhes durante a leitura. Enfim, permita-se viajar na mente de Norman Bates.


9 Comentários

  1. Nossa ficou meio creep essa ultima frase "Permita-se viajar na mente de Norman Bates" kkkkk. Enfim adorei esse livro, principalmente porque não tinha visto o filme antes. Concordo com você que o livro e o filme se complementam e sobre os personagens, tirando o Norman, eu sinto como se os outros fossem meros instrumentos para o leitor explorar a narrativa e não alguém que você sinta empatia. Mas eu fico meio confusa, porque justamente ~o lance~ de psicose é que a mocinha desaparece no meio do livo. Ótima resenha Vinicius :3.

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  2. Não sabia que teve uma adaptação cinematográfica (eu não sei como mas eu simplesmente não sabia). Aliás eu ainda não tive a oportunidade de ler o livro, mas já li excelentes resenhas como a sua, que me fizeram olhar o livro com aquele desejo.
    Beijos

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  3. Olá Vini, já ouvi falar desse livro ele me parece um clássico, todos falam muito bem dele, já sabia que tinha o filme e ainda não li e nem vi pq me parece muito assustador e perturbador </3
    Mesmo com medo após tua resenha eu quero ler.
    Beijoos
    http://garotaliterary.com

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  4. Olha esse seria um livro que eu não pegaria para ler não
    Eu sinceramente não curto muito esse gênero.
    Acho meio forte para mim sabe? Gosto de leituras mais leves e que me acrescentem em alguma coisa. Acho que esses livros mexem muito com o psicologico das pessoas. Enfim...Mas gostei da maneira como tu desenvolveu a sua resenha =]

    http://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2015/07/resenha-princesinha.html

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  5. Eu ainda não li esse livro, mas quem não conhece a obra prima de Hitchcock? Psicose é um clássico do cinema de suspense. Maravilhoso. Já assisti tantas vezes que até tenho medo de ler o livro e me decepcionar, apesar de sempre ver resenhas positivas como a sua. O Netflix está com as 3 primeiras temporadas de Motel Beats, uma série sobre a adolescência de Norman.

    LETRAS COM CAFEÍNA

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  6. Oie

    É impressão minha ou eu já ouvi esse nome em alguma série Norman Bates , eu acho que tem uma série com o nome Bates Motel, não sei se tem alguma coisa a ver, mas é muita coincidência. Bom se for apenas suspense eu até encaro o livro, mas se for algo de terror eu acho que não conseguira ler. Mas eu preciso ler algo da DarkSide essa editora é muito perfeita então não posso deixar meus medos atrapalharem a leitura.

    Mayla
    Meulivromeutudo.blogspot.com.br

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  7. Oi, tudo bom?

    Tenho MUITA vontade de ler o livro, por esse exato motivo que você citou no final: os detalhes. Algumas pessoas (a maioria) costuma reclamar que assistir o filme pode estragar a magia do livro e, bem, não concordo plenamente. Em alguns casos as obras acabam por se complementarem, o que é ótimo!

    O filme é icônico e até hoje, mesmo sabendo o desfecho, as pessoas podem se surpreender com o brilhantismo executado por Hitchcock ao adaptar a obra. Venho acompanhando a série e já assisti o filme; ambos representam dois momentos distintos na vida de Norman, apesar de Bates Motel caminhar para o Norman que conhecemos. Ler o livro significa observar o personagem através de uma nova ótica.

    Adorei a resenha!

    Fernanda Oliveira | Meraki

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  8. Nossa, ameiii sua resenha!! Não gosto de ver o filme antes de ler, mas com tanto conhecimento sobre a causa, VC me convenceu! Apesar de ser um filme famoso, eu ainda não vi, ia ler o livro antes, mas vou ver o filme! Gostei de saber mais detalhes sobre essa história, e já me apaixonei por essa edição!! Está mais do que na lista!!! Parabéns pela resenha, e pela riqueza de detalhes!

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  9. Suspense é um dos meus generos favoritos, mas eu ainda nao tinha tido a oportunidade de ler esse livro, quem sabe um dia né.

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